14 de setembro de 2013
O Castanhão, que abastece a Bacia Metropolitana, teve a vazão reduzida para evitar desperdícios
Limoeiro do Norte. Apenas
um açude com volume superior a 90% da capacidade total e 82 com volume
inferior a 30%. Esse é o balanço atualizado dos reservatórios no Ceará.
No total, a reserva hídrica do Estado se encontra com apenas 38,4% de
sua capacidade. Em matéria publicada pelo Diário do Nordeste, em agosto
passado, esse percentual era de 39%.
O Açude Castanhão está comportando menos da metade da sua capacidade
(47,46%). A vazão reduziu de 14 para 12 mil metros cúbicos por segundo FOTO: ELLEN FREITAS
A situação em algumas das 12 bacias se mostra bastante preocupante como,
por exemplo, a dos Sertões de Crateús, onde todos os 10 açudes operam
com volume abaixo de 30%. Um dos principais açudes de Crateús, o
Barragem do Batalhão, é que comporta o maior volume de água da bacia,
registrando 23,18% da sua totalidade.
Uma situação já ruim, mas que se comparada ao açude de Cupim, no
município de Independência, se mostra em melhor situação. Neste outro, o
volume não chega a 1%.
A Bacia do Acaraú é composta por 13 açudes, sendo que seis estão com
suas cotas abaixo de 30%. As situações mais críticas estão nos casos dos
açudes Carmina (16,7%) e Farias de Sousa (6,91%), localizados nos
municípios de Catunda e Nova Russas, respectivamente. Os açudes Ayres de
Souza, em Sobral, e Acarau Mirim, em Massapê, estão em uma situação
mais confortável, comportando um volume de água, respectivamente, de
68,57% e 66,96% de suas cotas.
A região do Acaraú também abriga o Perímetro Irrigado do Baixo Acaraú,
no trecho final da bacia. A fonte hídrica do perímetro irrigado vem
através do Rio Acaraú, perenizado, pelas águas dos Açudes Públicos Paulo
Sarasate e Edson Queiroz. Estes, de acordo com o balanço da Cogerh,
estão com volume de armazenamento 31,56% e 44,76% da suas capacidades.
A Bacia do Alto Jaguaribe contempla 20 açudes, sendo 13 abaixo de 30%.
Apenas os açudes Trussu (67,02%), em Iguatu, Orós (59,49%), em Orós,
Valério (55,35%), em Altaneira e Muquém (55,46%), em Carius, estão com
volumes acima da média. Os açudes Mamoeiro, em Antonina do Norte e
Várzea do Boi, em Tauá, estão com níveis muito baixos, registrando 1,5% e
2,04% cada.
Na bacia do Baixo Jaguaribe, o açude Santo Antônio de Russas, no
município de Russas, comporta 15,74% do total do seu volume. Na bacia do
Banabuiú, dos 19 açudes,10 estão com volumes reduzidos abaixo de 30%.
Os açudes Quixeramobim, localizado no município homônimo, está com
volume acima de 80%, uma das melhores condições juntamente com o Açude
de Curral Velho (74,98%), em Morada Nova. Os açudes Banabuiú e de Pedra
Branca levam água para o Perímetro Irrigado de Morada Nova. Ambos se
encontram com 35,88% e 31,88% d2 suas capacidades, respectivamente.
As bacias do Coreaú, curu e Lirotal somam 31 açudes, destes 19 se
encontram com níveis abaixo dos 30%. A situação mais crítica dessas
bacias está em Curu, onde os dez açudes estão muito abaixo de 30% e os
outros dois não foram informados.
A bacia do Médio Jaguaribe, onde abriga o maior reservatório do Estado, o
Castanhão, se encontra com uma realidade divergente. Enquanto a vazão
do açude supre a necessidades da agricultura irrigada e da Bacia
Metropolitana, cidades como Potiretama, no açude que leva o mesmo nome;
Figueiredo, em Alto Santo; e Madeiro, em Pereiro, não chegam a 5% de
suas capacidades. Já o Castanhão, mesmo comportando menos da metade da
sua capacidade (47,46%), está com água para atender sua atual demanda.
A vazão de água estava em 14 mil metros cúbicos por segundo e há 10 dias
foi reduzida para 12 mil metros cúbicos por segundo. De acordo com o
coordenador geral do complexo do Castanhão, José Ulisses de Souza, a
redução de vazão foi um pedido dos integrantes do Comitê das Bacias,
diante do grande volume de água que foi constatado durante a medição da
lona hídrica sobre a barragem, em Itaiçaba.
"Lá é o último ponto de observação do volume de água e foi solicitado
uma redução da vazão para não haver desperdício. Isso em nada compromete
a demanda de abastecimento de água que o Castanhão libera", afirma
Ulisses.
Controle
Segundo o coordenador, a atual vazão garante que o açude continue
abastecendo, caso haja mais dois anos de seca. "É utilizado um volume de
água menor do que a cota que é destinada. A água está sendo utilizada
de forma disciplinada", afirma.
O Açude Gavião, na Bacia Metropolitana, é responsável por manter o nível
ideal para o bombeamento de água para capital, ele atualmente se contra
com 93.09% de sua capacidade. O açude recebe água do Castanhão.
O que tem tentado assegurar o abastecimento de água, diante da baixa na
reserva hídrica do estado, é a transferência de água entre açudes,
instalação de adutoras, e abastecimento por carro pipa, sendo este
último a alternativa mais utilizada em situações críticas nas cidades
pequenas.
Mais informações
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)
Rua Adualdo Batista, 1550
Parque Iracema - Fortaleza
Telefone: (85) 3218.7020
ELLEN FREITAS
COLABORADORA
Umari tem água da Cagece amarelada
Umari. Moradores
de diversas ruas da sede deste município cobram junto a Companhia de
Água e Esgoto do Ceará (Cagece) a apresentação de um laudo que comprove a
qualidade da água que está sendo distribuída à população.
Conforme os moradores, após a troca do local de onde a água é retirada
para distribuição, houve queda na qualidade do líquido que é consumido.
"A água está chegando amarelada. Com cheiro e gosto desagradável",
afirma a dona de casa Maria do Nascimento Ferreira. Segundo ela,
vizinhos reclamam que passaram a sentir coceiras e dores de barriga após
o uso da água. "Tem gente que só vive com dor de barriga. E, aqui do
lado, a filha de um vizinho já tem feridas por causa da coceira", conta a
moradora.
Moradores reclamam que o recurso hídrico que sai das torneiras tem cor,
cheiro e gosto desagradável. Há casos de alergias na pele FOTO: ROBERTO CRISPIM
A água que está sendo distribuída pela Cagece na parte alta da cidade,
principalmente no bairro Alto da Delegacia, está sendo extraída de um
cacimbão particular. O local foi cedido à empresa pelos proprietários e
está localizado às margens de um terreno por onde escorre todo o esgoto
da cidade.
"Eu mesmo não bebo dessa água de jeito nenhum. Todo mundo sabe que ali
onde estão retirando a água corre o esgoto da cidade. Só pode ser água
contaminada essa que a Cagece está distribuindo", avalia o agricultor
José Antônio Duarte. Ele afirma ter medo de consumir o líquido e
contrair doenças. "Deve ter um monte de bactérias nessa água", acredita
ele.
O caso chamou a
atenção das autoridades municipais. O vice-presidente da Câmara de
Vereadores de Umari, Vidal Falcão Teixeira, solicitou que a Casa
encaminhe ofício à Cagece solicitando a imediata apresentação de laudo
técnico que comprove a qualidade da água que está sendo distribuída.
"Nós estamos recebendo, quase que diariamente, queixas da população que
está preocupada em saber se há, ou não, qualidade na água que a
companhia está oferecendo aos seus consumidores", informa o vereador.
O requerimento apresentado pelo parlamentar foi subscrito pelos outros
oito vereadores que compões a atual legislatura. Conforme ele, a
companhia tem até a próxima quinta-feira, para apresentar o documento.
"Se a empresa não atender ao requerimento nós buscaremos o auxílio do
Ministério Público", afirma.
O Conselho Municipal de Saúde também deverá encaminhar documentos
cobrando informações da Companhia. "Nós estamos coletando assinaturas
para, já na próxima segunda-feira, apresentarmos documento ao promotor
de Justiça da comarca, e à Cagece, solicitando providências em relação à
liberação dos diagnósticos", informou o presidente do colegiado, Josué
Barros Júnior.
Para a secretária de Meio Ambiente do Município, Maria Eugênia Brasil,
mesmo com a existência do escoamento do esgoto às margens do cacimbão, a
população deve aguardar que seja comprovada existência de algum tipo de
contaminação na água. "Não se pode afirmar que a água não possua
qualidade. Esse tipo de afirmativa só pode ser feita quando da
apresentação do laudo pela Cagece", avalia a secretaria.
Amostras
Por via das dúvidas, o coordenador do Departamento de Vigilância
Sanitária da cidade, Gonçalo Wilfrido, determinou a coleta de amostras
da água. "As amostras coletadas diretamente no cacimbão utilizado pela
Cagece e serão realizados exames físico-químico, organoléptico e
bacteriológico", informou o coordenador. As amostras foram encaminhadas
ao Laboratório Central (Lacen) em Icó. Os resultados deverão ser
apresentados até a próxima quarta-feira, 18.
Através da Assessoria de Imprensa, a Cagece informou que garante a qualidade da água distribuída à população.
Em nota, a companhia afirma realizar, constantemente, análises de modo a
aferir a qualidade da água distribuída. Estas análises, inclusive nos
últimos dias, mostraram resultados dentro dos padrões exigidos pela
Portaria 2914 do Ministério da Saúde, nos quesitos físico, químico e
bacteriológico.
Os moradores que estiverem com dúvida com relação à qualidade da água
podem encaminhar suas reclamações à Cagece, que serão feitas análises em
suas residências.
Mais informações
Prefeitura Municipal de Umari
Telefone: (88) 3578.1161
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece)- Juazeiro do Norte
Telefone: (88) 3102.1173
Roberto Crispim
Colaborador
Fonte: Diário do Nordeste
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